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31 maio 2014

Aquele sobre as coisas simples da vida

Cena do filme "Apenas o Fim".

*Ou: 
1. sobre como eu gostaria de ser a musa de alguém.
2. são quase três da manhã, perdoem-me os devaneios.

Aprendi a observar e dar valor às coisas simples da vida com a minha avó, provavelmente, porque é sempre ela que me vem à mente quando falo de simplicidade em tom poético. Entrando, portanto, nesse assunto, lembrei que dia desses assisti ao filme "Apenas o Fim", uma obra nacional que não me chamaria muito a atenção se eu não tivesse visto que quem estrelava era o Gregório Duvivier - aquele do Porta dos Fundos, que é fofo e engraçado e inteligente e quando tá de barba (principalmente) faz qualquer uma querer ser a Clarice Falcão de alguém, com narigão e tudo. Bom, voltando ao filme, eu o assisti e gostaria de enfatizar que ele é de uma simplicidade e poesia tão pura e linda que dá vontade de tatuá-lo na testa. Cada diálogo, cada frasezinha bonitinha, cada referência, cada cena que o casal de protagonistas está deitado na cama e passa aquela sensação de conforto, dá uma vontade imensa de ter alguém pra simplesmente deitar a cabeça no seu colo e ficar a tarde toda fazendo cafuné, sentindo os fios de cabelo passando por entre os seus dedos como se não existisse fome, poluição ou corrupção. Como se o mundo ficasse no pause enquanto a gente curte o momento, porque é isso que faz sentido - as coisas simples da vida. 

Daí que eu sempre faço toda uma introdução porque não consigo simplesmente chegar e largar o que eu quero dizer sem antes fazer algumas voltas. Mas enfim. O que, de fato, me trouxe até aqui foi um poema escrito pelo  ator que interpreta o protagonista do filme supracitado, o Greg (ó a intimidade), que escreveu o livro "Ligue os Pontos" que se tornou um dos meus desejados-pra-ontem e é totalmente dedicado à Clarice e abro um parenteses pra dizer que esses dois formam o casal mais cute-cute que eu consigo lembrar. O poema que me fez querer materializar o livro em mãos, que se encaixa na simplicidade poética que é o âmago desse texto e da vibe que estou sintonizada no momento, é este:

"se eu fosse um faraó do egito antigo
não me faria falta o carnaval do rio
o ipod o iphone o iogurte grego
o mate de galão ou o miojo
de galinha caipira eu viveria feliz
por meses entre múmias e deuses
com cara de cachorro — ou quase:
a única invenção cuja inexistência
me obrigaria a tomar o cianureto
mais em voga das maravilhas do mundo
moderno a única que me faria falta
é você (e talvez quem sabe o ar
condicionado, mas sobretudo você)."


Aproveitando o ensejo, jogo uma dúvida no colo de vocês: porque é que os caras cismam em achar que as mulheres querem que eles lhes ofereçam as estrelas, sendo que um poema - bem mais palpável e realizável - já bastaria? Ou então, em alguns casos, até mesmo essa carinha de bobo-apaixonado-admirando-a-amada que o Gregório faz na foto a seguir já era suficiente...



Eu nunca sei terminar textos, então esse vai acabar assim. 
Fim.

29 maio 2014

Silêncios desconfortáveis.


Esse ano eu comecei a desenvolver meu lado pseudo cinéfila e nesses cinco meses de 2014 eu assisti aos melhores filmes da minha vida. Se eu for pesar em uma balança, levando em conta o quesito "qualidade", todos os filmes que eu já assisti em todos os meus 18 anos de vida não equivalem aos que tenho assistido. Sintam o drama. Porque eu nunca fui fã de cinema e assistia somente às comédias românticas que passavam na TV e olhe lá. Nunca fui de pesquisar sobre diretores, trilhas sonoras nem nada do tipo, mas algo mudou e eu passei a me interessar pelo assunto. Tive influências, claro, e sou muito grata por isso. Inclusive foi seguindo uma indicação de um amigo que assisti Pulp Fiction, aquele filme velho que eu nunca tive interesse em conhecer... E foi assim, sem expectativas, que abriu-se minha porta de entrada ao mundo do gosto pelo cinema. E é sobre um trechinho em específico desse filme que eu vim comentar com vocês hoje.


Não tô aqui pra fazer resenha nem nada do tipo, portanto vamos pular as apresentações. Aliás, a cena a qual me refiro também não é a talvez mais famosa do filme - que está no gif de abertura do post - mas sim uma conversa entre a Mia e o Vincent. Os diálogos do filme são impecáveis (Tarantino, seu lindo) e esse em especial revela uma verdade absoluta:

Mia: "Don't you hate that?" Você não odeia isso?
Vincent: "What?" O que?
Mia: "Uncomfortable silences. Why do we feel it's necessary to yak about bullshit in order to be comfortable?" Silêncios desconfortáveis. Por que sentimos a necessidade de tagarelar besteiras para ficar confortável?
Vincent: "I don't know." Não sei.
Mia: "That's when you know you found somebody special. When you can just shut the fuck up for a minute, and comfortably share silence." É quando você sabe que encontrou alguém especial. Quando você pode simplesmente calar a boca por um minuto e dividir o silêncio confortavelmente.

Assim que o diálogo acabou, eu fiquei olhando pra tela e pensando: PUTA MERDA. Aquele sentimento que eu já havia sentido tantas e tantas vezes, mas não sabia como colocar em palavras estava agora ali, diante dos meus olhos, e uma avalanche de lembranças começou a invadir a minha mente. Porque é isso. Quando você pode passar horas ao lado de alguém sem precisar tagarelar besteiras para se sentir confortável, você sabe que aquela pessoa é especial. Porque para compartilhar o silêncio nós precisamos de um nível de afinidade fora do comum. E essa fala aparentemente simples consegue traduzir um grande sentimento.

Para se relacionar com alguém, você busca interesses em comum. Vocês conversam, se conhecem e se os santos baterem, levam uma amizade ou algo mais adiante. Todos os relacionamentos se baseiam em conversas, basicamente. Mas acredito que as relações mais especiais se encontram nesse ponto: o silêncio. Quando um olhar basta. Quando não é preciso preencher as entrelinhas para que a presença faça algum sentindo. Quando nada é preciso ser dito para que tenha fluidez. Essa é a mágica. O silêncio pode ser um grande aliado, mas também pode ser o seu pior inimigo. Ele divide águas. E quando você permanece ao lado de alguém em silêncio e consegue sentir prazer nisso, parabéns, você está dentro de algo especial.

Sendo assim, não acho que nada mais precisa ser dito. 

Enfim, era isso. Só gostaria de compartilhar com vocês um dos meus trechos favoritos do filme e recomendar a obra a quem ainda não assistiu.

Até mais!

Tô viva!


Tô sumida, eu sei. Bem sumida, por sinal, mas eu nunca prometi que postaria com frequência então não me venham com chorinho (brincs). O caso é que eu senti falta de atualizar o blog e resolvi dar uma passadinha aqui na pausa que fiz nos estudos de micro (blé). Detalhe: passa das 3 da manhã. É o final do semestre chegando, vocês sabem... 

Enfim. Esse mês foi um dos mais tranquilos que já tive. Tive uma prova só (pasmem), uma semana de Jornada Acadêmica (palestras sobre assuntos relacionados à odonto) e muito conteúdo pra digerir. Muito. Mas como felicidade de pobre dura pouco, toda a tranquilidade de maio vai acabar logo, logo, assim que a folha do calendário for arrancada, dando lugar à Junho. O mês 6, por sua vez, vai ser bem agitado. Copa, 4 provas, 4 seminários pra apresentar, meu aniversário (♥)... Tantas coisas pra estudar, tão pouco tempo. Confesso que ando meio relaxada e não estava mais estudando tanto, mas hoje retomei meus estudos fervorosos e pretendo seguir nesse ritmo até o final do semestre. Que tá logo aí. Nem posso acreditar.

É com vergonha que digo que meu Expresso Hogwarts estacionou. Não abandonei a leitura, de forma alguma, mas confesso pra vocês que comecei a ler a Ordem da Fênix e, até agora, é o livro que eu menos gostei da série. A leitura simplesmente não tá fluindo. Não sei se o problema é comigo, se não estou na vibe HP, mas não vou prosseguir com a leitura dessa maneira. Tô dando uma pequena pausa no desafio, mas logo pretendo retomá-lo. Nas férias, quem sabe. Mais alguém aí teve esse sentimento com o livro ou foi só eu?

Ainda falando nas minhas peripécias literárias, esses últimos meses foram produtivos. Não li muito em quantidade, mas em compensação só li livros bons (com exceção). Cheguei até o quinto volume de HP, comecei a ler Fortaleza Digital (tô decidindo ainda se tô gostando ou não), li Clube da Luta (que virou um dos meus livros favoritos de todos os tempos, assim como o filme), Tempo de Vôo para Lugar Algum que foi o primeiro livro do Bukowski que eu consegui comprar... E estou terminando de ler O Hobbit. Tô apaixonada, gente. Eu, que sempre tive preconceito com a história e tinha jurado pra mim mesma que eu nunca ia ler e/ou gostar da história, estou totalmente envolvida com o livro e cheguei até os dois últimos capítulos, mas não quero lê-los para que a história não acabe. Simplesmente me nego a acreditar que vou acabar de ler. Vou ficar de luto por um bom tempo. Pressinto o vazio que vou sentir. É claro que tem o Senhor dos Anéis etc, mas gente, vocês não sabem a sensação maravilhosa que eu tive ao me envolver com o livro - pois não estava esperando NADA dele. Enfim. Eu supero. Agora quanto à exceção vocês já sabem, foi O Lado Bom da Vida. Eu esperava tão mais do livro. Já comentei sobre ele no último post, então, nem vou me prolongar.

Assisti alguns filmes e gostei de todos que consigo me lembrar. Nenhum novo, adianto, mas eram aqueles que a gente sempre quer assisti mas nunca rola, sabe? Eu simplesmente fiz aparecer o momento oportuno e assisti os quatro filmes do Hannibal, assisti Factótum, Django Livre, Garota Interrompida, Clube da Luta, Apenas o Fim, O Fabuloso Destino de Amélie Poulain, O Lobo de Wall Street, A Rede Social, Lembranças, acho que só. Indico todos pra vocês, principalmente os que estão sublinhados. São aqueles filmes que alguém tem que indicar, porque as pessoas PRECISAM assisti-los, haha.

Na minha playlist têm constado muitas músicas eletrônicas pra manter meu ânimo lá em cima (tô precisando, baterias tão quase acabando), algumas músicas das trilhas sonoras dos filmes do Tarantino (tipo Freedom - Anthony Hamilton, de Django e Miserlou - Dick Dale, de Pulp Fiction) e algumas aleatórias que ouço quando dá vontade. Arctic Monkeys, Guns, Metallica, ACDC, American Authors, Bruno Mars, Soulstripper, enfim, bem aleatórias mesmo.

Quanto à foto de abertura do post, sei lá, deu vontade de postar. Sempre bom uma dose de Bukowski, né? E a pretensão é irônica, ok? ... 

E vocês, o que têm lido, assistido, ouvido? Comentem!
Até qualquer hora!