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26 dezembro 2014

O último post do ano

Sparkle

Eu estava um pouco relutante em fazer um post-retrospectiva por n motivos, mas me obriguei a fazê-lo porque me falta inspiração para escrever outro tipo de texto e não quero que o último post do ano seja aquele que eu escrevi sem saber que seria o último. Não gosto de "últimas vezes" sem saber que são últimas vezes. 

Enfim, cá estou eu tentando resumir o ano que durou 12 meses - mas que podem ter sido 36 que passaram voando - tentando não parecer piegas, nem matar vocês de tédio. Espero que esse seja um bom último texto porque só assim posso finalizar o ano melhor do que comecei.

2014 está terminando, em números, com 79 filmes assistidos, 15 livros lidos, 5 séries acompanhadas, 61 posts escritos (contando com esse aqui) e 9 vídeos postados, além dos inúmeros minutos de músicas ouvidas, das milhares de fotos tiradas, lágrimas derramadas e sorrisos espalhados - incluindo nessa contagem os momentos-desespero dos 2 finais de semestre com seu posterior alívio por ter passado, ao todo, nas 12 matérias que cursei ao longo do ano. 

Parando pra olhar pra trás, posso dizer que esse ano foi um verdadeiro furacão. Minha vida virou de cabeça pra baixo, eu me virei do avesso e, como disse Caio Fernando, descobri que esse era o meu lado certo. 

Pessoas que nunca me imaginei vivendo sem foram embora, deixando espaços vazios que foram ocupados por pessoas maravilhosas que conheci ao longo desse ano, além de todas as pessoas que reencontrei por aí e voltaram para a minha rotina. Tudo isso só me fez perceber e reforçar minha crença de que tudo tem um porquê, nada acontece por acaso. 

Em 2014 ouvi coisas que não gostaria de ter ouvido, disse coisas que não gostaria de ter dito, mas no fim das contas ouvi e disse muito mais coisas boas do que ruins. Aprendi muito, cresci muito, escrevi muito e aproveitei intensamente cada minuto. Tive muitos momentos ruins e agradeço por eles, pois só assim pude reconhecer e dar mais valor pros momentos bons. 

Me despeço de dois mil e catorze com um sorriso no rosto e com uma sensação de dever cumprido. Espero começar 2015 com o pé direito, utilizando tudo de bom que aprendi durante esse ano para ser cada dia melhor e fazer o Ano Novo melhor. Não quero cair de cabeça em 2015 como uma folha em branco. Não quero começar do zero. Quero levar comigo tudo o que for útil, só deixar pra trás o que não serve, e começar o ano que vem com tudo de melhor que eu conseguir carregar. 

A gente se vê por aí,
até 2015!

16 dezembro 2014

Hiatus Sucks

Stylowi.pl - Odkrywaj, kolekcjonuj, inspiruj

The Vampire Diaries foi a primeira série que eu comecei assistir desde sua primeira temporada e continuo acompanhando até hoje. Foi a primeira série contemporânea pela qual estabeleci um laço. Já tive meus altos e baixos, é claro, (aqueles momentos de fã enlouquecida, principalmente no começo, lá em 2009, e momentos de "hiatus" forçado - por estar um pouco cansada da trama ou por estar com vontade de mandar a Julie Plec enfiar seu casal Stelena bem lá onde o sol não brilha), mas o caso é que eu sempre volto a assistir. Por mais que me atrase alguns episódios, às vezes, cá estou eu, firme e forte, atravessando a sexta temporada com a cabeça erguida. 

De lá pra cá, nunca senti realmente necessidade de escrever sobre TVD - exceto nos posts que cito o Damon, claro, que não pode passar despercebido. O caso é que a sexta temporada está tão heartbreaker que eu preciso compartilhar meus sentimentos com alguém. 

Se você não assiste TVD, seja pelos motivos que for, eu peço que reconsidere. Muita gente compara com Crepúsculo e até mesmo com Drácula, igualando a série ao primeiro filme e considerando-a uma ofensa à segunda história. O que muita gente não percebe é que apesar do plano de fundo ser o sobrenatural, os vampiros, bruxas e criaturas mágicas, o mais bacana da série é perceber a evolução dos personagens e suas descobertas comuns, humanas. E é por isso que eu vou contar um pouco da história pra quem não conhece e falar sobre meus personagens preferidos, na esperança de alguém vir conversar comigo sobre eles, PORQUE ESSE HIATUS VAI ME MATAR, SOCORRO. 


No começo da série nós temos um Damon Salvatore totalmente maligno, bad boy, que destrói tudo o que toca, que não pode ver ninguém feliz e já quer cortar o barato. Um personagem detestável - que só não era totalmente odiado porque tinha suas tiradas irônicas maravilhosas e esse sorriso que dispensa comentários. 

Thє ναмpırє Dıαrıєs. | via Facebook

Ao mesmo tempo que conhecemos o lado negro da força, temos também o Stefan, que é todo bonzinho, que não mata pessoas (se alimenta de sangue de coelhos E EU NUNCA VOU SUPERAR ISSO), que só quer viver uma vida comum e blábláblá. Por vezes chegamos a nos perguntar o que é que Tefinho fez de tão ruim pra merecer um irmão tão bad. Porque de todos os lugares do mundo o Damon resolve aparecer justamente em Mystic Falls pra perturbar a paz do irmão. E no fim das contas nós descobrimos. O passado do Stefan não é tão claro quando parece. E o Damon não é tão ruim quanto demonstra... 

Untitled

E então, ao longo da série, nós vamos percebendo que a série trata muito mais dos dramas existenciais do que dos ataques sobrenaturais. Nós temos passados sendo revelados, personagens tomando outros rumos, amadurecendo... É possível, então, nos enxergarmos nos personagens, enxergarmos a nossa vida, nossos dilemas, problemas, dúvidas... 

Fica claro, depois de um tempo, que Damon é aquele exemplo de cara que depois de tanto sofrer (Katherine que o diga) resolve se fechar em seu próprio mundo, "desligar seus sentimentos", e por isso acabou virando o monstro que todos conhecem. Mas no fundo ele ainda tem as mesmas dúvidas, problemas... Ele é só um garoto que precisa de um pouco de luz. Por isso ele volta pra MF. Ele precisa do irmão e ele precisa da garota pela qual ele se apaixonou (antes do Stefan se apaixonar pela mesma, é claro). 

Untitled

E aí nós temos a Katherine. Essa sim é só uma bitch. Ama o Tefinho, mas se aproveita do Damon bem estilo A Usurpadora, fingindo ser a Elena e dando esperanças ao pobre bad boy que há essa altura nem é mais tão bad assim. Impossível não dizer que a Kat, apesar dos pesares, é engraçada e dá vida à série, porque se dependesse da Elena, coitada... Mais sonsa pra que.  

D E L E N A

Aliás, diga-se de passagem que a Elena teve que morrer, virar vampira, pra poder se sentir viva. E há essa altura ela já estava apaixonada pelo Damon e quem não quer passar uma eternidade ao lado dele, né?

TVD na Stylowi.pl

E daí a gente percebe que o Damon só precisava ser amado. E foda-se o Stefan. Mas como nem tudo são flores, o Damon morre, a Elena pede pra que apaguem a memória dela, e quando o Damon volta, ela não se lembra das coisas boas que eles viveram juntos. Bacana, né? 5 temporadas pro Damon conquistar ela e a desgraçada pede pra apagar a memória. JULIE PLEC, EU TE ODEIO.

😍

Mas agora é era das Delenas, portanto, tudo está voltando ao seu lugar. O universo pode girar novamente feliz, pois Damon e Elena estão tendo muitos momentos fofinhos e AGUARDEM CENAS DOS PRÓXIMOS CAPÍTULOS.

steroline :)

Tefinho, pra não ficar sozinho, está caindo nas graças de Caroline e até que eles formam um casal fofinho. A princípio ele só via ela como amiga, mas acho que isso vai mudar já já.

 6x10? | Tumblr

E apesar de toda a merda que ainda tem pra acontecer, dá pra perceber uma evolução gigantesca durante a série. Os personagens amadurecendo (exceto o Matt e o Tyler que continuam servindo só pra tapar buraco) e a vida real se mostrando diante da tela. Não existem vilões ou mocinhos. Todos nós temos o bom e mau dentro de nós, cabe somente a gente decidir qual vai mostrar pro mundo. 

E é por essas e outras que vocês PRECISAM assistir a série e virem comentar comigo, ok?
Vou esperar.

05 dezembro 2014

"Cabeça do Gregorio"



Terminei de ler "Put Some Farofa", do Gregorio Duvivier, há poucos minutos e sentei em frente ao computador pra escrever sobre. Eu, que gosto de escrever sobre um livro logo que leio a última página para aproveitar que as informações ainda estão fresquinhas na cabeça e as emoções afloradas, me vejo sem ideias de como colocar minhas impressões no papel - ou na página de postagem, nesse caso em particular. 

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Trouxe o livro e coloquei-o empezinho sob a mesinha que serve de apoio para o meu notebook, mas nem a carinha meio "sem jeito" impressa na capa, característica do Duvivier, me encarando, consegue me dar o empurrão necessário pra colocar pra fora tudo o que eu estou sentindo. Quem sabe valha à pena reler alguns textos que marquei com post-its. Sei lá, vai que surge uma ideia. 

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O livro, composto de crônicas, esquetes e textos inéditos e não-inéditos nos apresenta as mais variadas facetas de Gregorio: ator, roteirista, cronista e poeta. Ele fala sobre política, literatura, tecnologia, amizade, amor de um jeito que só ele sabe. Apesar de já ter lido as crônicas que foram publicadas na Folha e assistido às esquetes do Porta dos Fundos, não me custei de ler tudo novamente, só pra ter aquela sensação única que tenho lendo Duvivier. 

A obra é composta por quatro capítulos que são intitulados a partir de textos (ou alguma frase dos textos) contidos dentro deles. Em "Grande, pequeno, gigantescos", por exemplo, temos textos (entende-se que crônicas e esquetes também se incluem) e reflexões sobre o amor e seus vários pontos de vista. A frase que intitula o capítulo foi retirada da crônica "grande-amor-da-vida", uma das minhas preferidas do livro, da qual retiro a frase, sob pretexto de menção honrosa: "ele precisava tanto ser feliz que não foi". "Cruzada elucidativa a favor da família brasileira" fala sobre as pessoas, no geral, sobre religião, política e sobre a inter-relação existente ali. O autor deixa suas críticas implícitas e explícitas, recheadas de ironia e sarcasmo. "Put some farofa" contém uns textos mais randômicos, inclusive aquele vídeo do Porta que eu adoro: "Drébito", enquanto "o mundo, paradinho, tem a maior graça", capítulo mais intimista do livro, nos traz cartas do Gregorio-mais-novo para o Gregorio-mais-velho, constatações sobre seus 1,68 cm - que ele afirma serem 1,69 cm, uma crônica/declaração de amor ao seu irmão, desilusões sobre Papai Noel e a minha crônica preferida do capítulo: "amizade platônica (o Prata e eu)". 

Resumindo: Put Some Farofa é um livro completo. Passa longe do egocêntrico, sem deixar de sê-lo. Em todas as linhas temos implícito o amável Gregório que abre sua vida, seus gostos e convicções pra quem quiser ler, faz rir sem querer e me fez ficar emocionada em um momento pontual (citarei posteriormente). 

A leitura é sensacional! Eu, que estava super ansiosa para ler, com as expectativas lá em cima, não me decepcionei em nenhum momento. Está aprovado e indicado. 

No último capítulo, em uma carta do Gregorio-mais-velho para pequeno Gregorio de 7 anos de idade nós temos o seguinte trecho:

"(...) Você não briga mais com seus irmãos, que são seus novos melhores amigos, além do Rodrigo e da Julia, que tão namorando (você que apresentou). E você, tcharã: acabou de se casar. Foi mal, não foi com a Fanny. Mas foi com uma menina muito mais linda (mal, Fanny). Ela toca violão. E não só Beatles. Músicas dela. E um dia a gente vai ter cachorros. Ou filhos, o que vier primeiro. E daí eu juro que volto a brincar de torremoto. Por enquanto, a vida tá corrida, uma espécie de paratiparara. Aliás: aproveita enquanto você acha graça nessas coisas. E aproveita enquanto sua avó tá viva. Você vai sentir falta." 

Chorei por motivos de: Gregorio e Clarice separaram.
E falar de vó é covardia. 

Achei dolorosamente bonito. Ou lindamente doloroso.