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Eu gosto de pensar nas pessoas ao meu redor como personagens de uma história. Da minha história. Sem querer parecer egocêntrica ou pretensiosa dizendo isso, mas é que acho divertido pensar na minha vida como um filme. Não que as pessoas existam só por causa de mim, para serem personagens da minha história. Ah, vocês entenderam. Cada um tem seu próprio filme, porém, do meu ponto de vista, a protagonista do meu filme sou eu. Porque já que a vida imita a arte e a recíproca é verdadeira, qual o problema de pensar no cotidiano de forma mais poética?
O problema é quando o filme que é a sua vida não está sendo dirigido da forma que você gostaria. E o problema maior ainda é saber que isso foge ao seu controle. Porque, querendo ou não, as pessoas ao seu redor, embora a maioria delas seja apenas figuração ou elenco de suporte, têm grande influência no gênero da sua obra e no andamento da mesma. Sendo assim, não dá pra simplesmente demitir todo mundo e chamar um novo cast. Você tem que trabalhar com o que tem. E isso às vezes me faz sentir um pouco deslocada. Como se eu não me encaixasse no meu próprio filme.
Eu gosto da minha rotina. Gosto do meu curso. Gosto do que eu faço. Porém sinto como se faltasse algo. Tudo parece tão genérico em alguns momentos. Em termos "cinematográficos", sinto como se eu vivesse em um filme de cinema pipocão, num blockbuster, sei lá. Como se grande parte dos meus minutos fosse sobre futilidades e diálogos que não levam a nada. Só explosões e triângulos amorosos sem sentido - metaforicamente falando. E se eu odeio tudo isso no cinema, como poderia gostar disso na minha vida?
Por sorte existem pessoas espalhadas por aí que fogem do clichê. Pessoas com quem dá pra conversar e chegar a algum lugar, por exemplo. Geralmente elas moram longe e fica difícil encaixá-las na rotina, mas, por sorte, elas existem. E tornam o filme da minha vida um pouco mais do jeito que eu gostaria que ele realmente fosse.
Então essa vai ser meio que minha ~ missão ~ a partir de hoje: dirigir a minha vida da melhor forma possível. Trabalhando com o cast que eu tenho e tentando encontrar alguns coadjuvantes que valham à pena. Deixando os figurantes em segundo plano, como devem ficar. E chegando à um filme que eu gostaria de assistir, por fim.