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28 junho 2015

Directed by me

Oliver
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Eu gosto de pensar nas pessoas ao meu redor como personagens de uma história. Da minha história. Sem querer parecer egocêntrica ou pretensiosa dizendo isso, mas é que acho divertido pensar na minha vida como um filme. Não que as pessoas existam só por causa de mim, para serem personagens da minha história. Ah, vocês entenderam. Cada um tem seu próprio filme, porém, do meu ponto de vista, a protagonista do meu filme sou eu. Porque já que a vida imita a arte e a recíproca é verdadeira, qual o problema de pensar no cotidiano de forma mais poética? 

O problema é quando o filme que é a sua vida não está sendo dirigido da forma que você gostaria. E o problema maior ainda é saber que isso foge ao seu controle. Porque, querendo ou não, as pessoas ao seu redor, embora a maioria delas seja apenas figuração ou elenco de suporte, têm grande influência no gênero da sua obra e no andamento da mesma. Sendo assim, não dá pra simplesmente demitir todo mundo e chamar um novo cast. Você tem que trabalhar com o que tem. E isso às vezes me faz sentir um pouco deslocada. Como se eu não me encaixasse no meu próprio filme.

Eu gosto da minha rotina. Gosto do meu curso. Gosto do que eu faço. Porém sinto como se faltasse algo. Tudo parece tão genérico em alguns momentos. Em termos "cinematográficos", sinto como se eu vivesse em um filme de cinema pipocão, num blockbuster, sei lá. Como se grande parte dos meus minutos fosse sobre futilidades e diálogos que não levam a nada. Só explosões e triângulos amorosos sem sentido - metaforicamente falando. E se eu odeio tudo isso no cinema, como poderia gostar disso na minha vida?

Por sorte existem pessoas espalhadas por aí que fogem do clichê. Pessoas com quem dá pra conversar e chegar a algum lugar, por exemplo. Geralmente elas moram longe e fica difícil encaixá-las na rotina, mas, por sorte, elas existem. E tornam o filme da minha vida um pouco mais do jeito que eu gostaria que ele realmente fosse. 

Então essa vai ser meio que minha ~ missão ~ a partir de hoje: dirigir a minha vida da melhor forma possível. Trabalhando com o cast que eu tenho e tentando encontrar alguns coadjuvantes que valham à pena. Deixando os figurantes em segundo plano, como devem ficar. E chegando à um filme que eu gostaria de assistir, por fim.

It's a crazy world. Anything can happen.

04 junho 2015

As coisas têm o valor que damos a elas

Foto aleatória porque sim. Tirei daqui.
Resolvi colocar essa frase de título que é pra vocês não deixarem passar batido. Ela ficou martelando na minha cabeça a manhã toda e eu resolvi transcrevê-la porque me pareceu a maior verdade dos últimos tempos. No meio de tanta coisa acontecendo, tantas mudanças, tantas reviravoltas, eu percebi: nem mais, nem menos, as coisas têm apenas - e exatamente - o valor que damos pra elas. Seja isso algo bom ou ruim.

Comecei a pensar sobre esse assunto quando uma pessoa veio falar comigo no whatsapp hoje cedo. Alguém que, há alguns anos, fazia meu coração disparar só de ver o nome na tela do meu celular. Algumas brigas e um longo período de afastamento depois, voltamos a conversar, mas as coisas aqui dentro estão completamente diferentes. Entre ver que ele me mandou um olá e descobrir que o almoço está quase pronto... A segunda opção tem, obviamente, um efeito mais positivo sobre mim - enquanto a primeira nem me faz esboçar uma reação. Isso me colocou a pensar: há algum tempo - e durante muito tempo - eu depositava tanto valor sobre uma pessoa que hoje, apesar das tentativas, não me faz mais sentir nada além de "ok, vou te responder quando der". E tudo isso é muito louco! 

Algumas coisas extremamente pequenas podem ser empoçadas de tamanho valor que se tornam grandiosas aos nossos olhos. Eu, que sou adepta do modo Amélie de viver, tento levar isso pro dia-a-dia, procurando a magia dos pequenos prazeres diários. Pratico a gentileza e sempre que recebo um sorriso de volta de um desconhecido já considero meu dia ganho. Além disso, pode parecer meio presunçoso, mas tenho o costume de pensar que aquele meu "bom dia" despretensioso pode ter sido a melhor parte da manhã de alguém e acredito piamente que sorrisos dados sem motivo são os mais gostosos de serem observados - ainda mais quando devolvidos. Todos esses pequenos detalhes, quando reparados, podem fazer a minha semana mais feliz e por alguns momentos os problemas não parecem tão importantes ou impossíveis. Tudo fica mais fácil...

Em contrapartida, quando não estou num dia bom, parece que tudo é motivo para reclamar. Tudo se transforma num grande drama e o valor dado pros aspectos negativos faz com que tudo pareça um filme do Michael Bay: nada faz sentido, é só explosão atrás de explosão. Acho que é nessas horas que temos que olhar bem pro fundo da nossa alma e entender: as coisas têm o valor que atribuímos a elas. Nós somos capazes de atribuir valor a tudo que nos cerca, portanto, podemos (e devemos) fazê-lo de forma que nos beneficie - sem prejudicar os outros, é claro.

Então tente pensar um pouquinho sobre isso hoje. É algo realmente óbvio, mas que merece atenção. Não deixe seu inconsciente dar demasiado valor às coisas que não o merecem. O mesmo vale pras pessoas!

Às vezes depositamos tanta importância sobre algumas pessoas e nos esquecemos que o maior valor deve ser dado a nós mesmos. Não tem segredo, a fórmula é simples: aquilo que te faz bem, vale mais! E a recíproca também é verdadeira...