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20 julho 2016

Relatos de uma crise nostálgica

A maioria das pessoas que eu conheço que não gosta de Greys Anatomy o faz pelo mesmo motivo: acham a série inverosímel. "Capaz que vai aparecer um Derek Shepherd assim na vida da gente" ou "a rotina de hospital é bem menos interessante que isso, os plantões então, nem se fala" são trechos reais retirados de conversas minhas com pessoas que tentam explicar porque não dão uma chance à maravilhosa criação de Shonda Rhimes. À essas pessoas só desejo meus pêsames. Migos, cês não sabem o que estão perdendo.

É claro que a série não é totalmente realista - quase nada, eu diria, tem drama pra mais de metro e a pegação come solta. É claro que tá pra nascer uma pessoa tão maravilhosa quanto McDreamy ou McSteamy e nem por um milagre apareceria uns professores tipo eles lá na clínica da faculdade, mas, guess what, aí é que tá a graça da coisa (tá, a parte do McDreamy não é tão engraçada, mas vocês entenderam).

greys anatomy cristina yang sandra oh

As séries, filmes, livros, enfim, tão aí justamente pra transportar a gente pra OUTRA REALIDADE. E não é porque a história não é fantástica que precisamos ter tudo exatamente igual à vida real. Seje menas, você que pensa assim.

Não sei vocês, mas quando assisto GA (especialmente as primeiras temporadas) me vejo nos personagens, com todas as dúvidas possíveis, o desejo incessável de querer impressionar os superiores e me superar. Ver eles sofrendo, se superando, aprendendo e crescendo me dá uma sensação boa, um conforto, é quase uma espécie de abraço <3 Sabe assim?

greys anatomy cristina yang cristina and meredith

É claro que não dá pra levar tudo tão a sério. Não dá pra elevar as expectativas nesse nível e esperar que a vida real seja exatamente igual à série, mas, gente, sempre que eu preciso de motivação pra continuar estudando e já tô perdendo o foco do porquê passar tantas noites em claro, cansada, sem comer direito, sem sair, sem diversão... Eu coloco um episódio da série e já me sinto bem. Porque eu sei que tudo vai passar. Fora que não tem sensação melhor do que ver os personagens com quem a gente se identifica dando uma da badass.

greys anatomy cristina yang sandra oh

Então, resumidamente: se você acha que Greys Anatomy é ruim porque enfeita um pouco a realidade, você não sabe o que tá perdendo. E posso garantir pra vocês que a sensação de fazer uma cirurgia é parecidíssima com a que imagino que eles sintam na série - nada menos que espetacular. Exceto, é claro, pelo fato de eu ter quase certeza que o paciente sairá vivo das minhas. 

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Eu sei que tá tudo meio confuso, mas eu resolvi escrever esse texto porque nessas férias fazem 2 anos que comecei a assistir à serie e deu vontade reassistir ao primeiro episódio. É claro que isso me deixou totalmente nostálgica e eu precisava colocar meus sentimentos pra fora em forma de amor, quero dizer, texto. É tão legal ver a evolução dos personagens (que, por um milagre da natureza, ainda estão vivos e permanecem na série). E as plásticas da Ellen. Tão bom matar a saudade dos personagens que saíram. Não achei que me sentiria assim, mas foi ainda melhor que a primeira vez que assisti. 

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Sdds

01 julho 2016

Ainda bem

Uma vez fui fazer um trabalho com algumas amigas e usamos meu notebook para as pesquisas, montagem dos slides, enfim. Elas já sabiam que eu sou a louca da organização, mas me elencaram "rainha da porra toda" quando viram, nos Meus Documentos, a ~~ pasta da faculdade ~~. Eu jurava que todo mundo fazia isso e que era a coisa mais normal, porém elas se mostraram boquiabertas com minha separação por semestre/matéria/tipo de trabalho, enfim, essas coisas básicas que todo mundo faz (ou deveria fazer). Anyway. Tudo isso pra dizer que hoje eu estava criando uma pasta - nesse meu sistema maravilhoso de organização virtual - intitulada "Bruxismo" e me peguei pensando sobre quanto nada acontece por acaso. 

Se você me acompanha nesse blog há mais tempo, deve lembrar que já tive meus problemas até me encontrar na profissão que escolhi. Odonto, que não era meu plano inicial, acabou se saindo melhor que a encomenda e hoje eu percebo isso. Mas tinha uma coisinha que sempre me incomodava: eu não conseguia me imaginar atendendo o dia todo em um consultório, trancada naquela rotina, adquirindo hérnias de disco e problemas posturais. Até que eu descobri o ~ maravilhoso mundo dos cirurgiões buco-maxilo-faciais (e sua rotina no hospital <3) ~ e comecei a dar monitoria. Essas duas coisas me abriram os olhos (e a cabeça) pros milhares de segmentos que a odontologia tem. A área acadêmica (assim como a cirúrgica) me atrai demais, tanto que após falhar miseravelmente em criar uma liga acadêmica de cirurgia, caí de paraquedas em um grupo de pesquisa e percebi que quando é pra ser, não tem jeito, é.

Há algum tempo procurei um professor especialista em disfunções da Articulação Temporomandibular, buscando orientação para uma pesquisa na área. Meu enfoque seria o bruxismo. Fiquei entusiasmada após uma aula ministrada por ele e aguardei ansiosamente algum posicionamento. Ele não respondeu meu e-mail até hoje (epic fail), mas felizmente isso abriu espaço pra eu conhecer outra professora maravilhosa que me sugeriu pesquisar sobre, VEJAM SÓ, bruxismo e já foi logo me enviando milhares de artigos-base pra eu me inteirar sobre o assunto. 

Mais de um semestre depois, cá estou eu pesquisando sobre Bruxismo e criando uma pastinha exclusivamente para isso. Eu que já tinha desistido da ideia. Que já tinha desistido de tocar uma Liga Acadêmica pra frente. Que já estava conformada em sentar a bunda no mocho e marcar uns horários com uma fisioterapeuta (e uma psicóloga) no futuro...

Por isso me valho do velho clichê: as coisas acontecem na hora certa. Quando elas têm que acontecer. Porque a vida é essa série de eventos não programados que, no final das contas, fazem todo o sentido. Mas é só depois de dar tudo errado para então começar a pensar em dar certo que a gente percebe isso.

Ainda bem que eu não me acomodei. Ainda bem que eu escolhi acordar mais cedo pra ir dar monitoria ao invés de ter algumas horinhas a mais de sono. Ainda bem que me privei dos ~finais de semana com a galera~ pra poder colocar minhas pesquisas em dia. Ainda bem. Agora tô colhendo os frutos e me sentindo maravilhosamente bem. 

Ainda bem.

happy classic film listening hangin out leslie parrish